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[Márcia Maia]
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Nasci pássaro e peixe
e tigre e cisne e gazela. Nasci água e correnteza e música e ventania. Nasci outono e primavera amanhecer e lua cheia. Nasci mar do mar maré que vai e vem. Cortaram-me asas, secaram-me rios. Invisíveis grades e aquários me enclausuraram. A alma, esvaziaram-me em invernos desertos cegos de lua, sedentos de mar. O espectro de mim em que me tornei nutre-se da música oculta no silêncio. Emudecido o silêncio nada restará: pássaro, tigre ou gazela. Tampouco eu. Só ausência e quem sabe, paz.
à noite sonha-se tigre e mata
de dia sabe-se homem e cala
sagaz evita eclipses solares
perdido por trás de espelhos sem faces
de si eternamente refém
agora e para sempre amém.
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