Liberdade

Nas asas do sonho
Voei às estrelas;
Tão lindas, tão belas
Que eu me envergonho
Não ser como elas,
Brilhando tão livres
Cada qual o seu brilho.
Caminho que trilho:
Dum lado são rosas;
Do outro são tigres.
Flores são mimosas
Sem espinhos no caule;
Flor é uma rosa
Mas não é igual.
Um tigre é a fera
Dum gato selvagem;
E o gato que espera
Na toca dum rato,
Não é fera: Impacto.

Sonhador é quem sonha;
Idealista, quem é
Defensor dum ideal
Baseado na fé
Dum dia que vem.
Por mais que se oponha
A luz não faz mal,
Levada para além
Do momento que passa.
Meu sonho trespassa
O dia de amanhã.
Mas, hoje, sou livre
Para ver as estrelas;
Para olhar para elas;
Para acabar com a guerra;
Para cavar a terra;
Para erguer a casa;
Para atiçar a brasa
Da força da vida
Que não poderá,
Jamais ser  vencida
E a Liberdade, erguerá,
Levando para além
Do dia que vem.

 

                              [A. Matos en “VII Antologia de poesia contemporânea “]

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