O tigre branco

Uma clareira
sempre
se abre à
minha passagem.
Um grande ectoplasma.
Os meus estojos carrego comigo,
para quando me pinto
de vermelho
e tudo em torno
desfalece.

Sou feliz.

Nada (esqueçamos
o invejoso tempo) me devora.
Repetir-me é
meu único elo
com a necessidade
da eloqüência.
Mas rápido retorno à
minha solidão extática e inexpugnável.

O verdadeiro rei sou eu.

 

 

[Ronald Polito]

 

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