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[Mário de Sá-Carneiro]
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Ángulo Aonde ireí neste sem-fim perdido, Neste mar oco de certezas mortas? - Fingidas, afinal, todas as portas Que no dique julgueí ter construido ... - Barcaças dos meus ímpetos tigrados, Que oceano vos dormiram de Segredo? Partiste-vos, transportes encantados, De embate, em alma ao roxo, a que rochedo? ... Ó nau de festa, ó ruiva de aventura Onde, em Champanhe, a minha ânsia ia, Quebraste-vos também Ou, porventura, Fundeaste a Oiro em portos de alquimia? ... . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . Chegaram à baia os galeões Com as sete Princesas que morreram. Regatas de luar não se correram ... As bandeiras velaram-se, orações ... Detive-me na ponte, debruçado, Mas a ponte era falsa - e derradeira. Seguí no cais. O cais era abaulado, Cais fingido sem mar à sua beira ... - Por sobre o que Eu não sou há grandes pontes Que um outro, só metade, quer passar Em miragens de falsos horizontes - Um outro que eu não posso acorrentar ... [Ángulo]
[Obra poética, traducció d'Alberto
Virella. Hiperión, Madrid 1998] |
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